um dia como antigamente...

Vir para a faculdade mais cedo que o habitual, ou melhor, bem mais cedo que o habitual, me trouxe boas recordações da infância.

Há três anos venho e volto de Piracicaba no escuro. Realmente estudar a noite pode ser badalado e até melhor para eu que sou uma pessoa de habitos noturna - além de precisar trabalhar- mas vir hoje mais cedo me fez lembrar meu avô e da casa em que ele vivia.

Uma casona imensa, na qual eu percorrida todos os cantos, pulava janela, brincava de esconde esconde, plantava florzinhas, colhia couve para fazer charutinhos, comia figos da figueira torta, enterrava meus bichinhos que morriam, caçava tatu-bola, me refrescava nas bacias do açougue.
Sentimentos com gosto de 'nunca mais vou sentir isso', mas hoje senti.

Chegar a tarde na faculdade me fez lembrar das telhas da casa dele, e ao anoitecer, ouvir os pombinhos grunindo como se fosse um toque de recolher para a chegada da Lua. Sonhar com uma figueira e com figos docinhos bem hoje, quando me deparo com tantas circustâncias que me lembram da infância e de uma pessoa querida, que ja se foi, vejo que nada muda. As sensações continuam a mesma.
Alguém se vai, mas o que ela foi fica
Aquela casa se foi, mas as recordações serão pra sempre, pra sempre.

Ps: o post de hoje não tem foto, porque sensações assim não podem ser reproduzidas

2 comentários:

Lu de Luca disse...

Nossa Lígia que texto mais gostoso. Consegui imaginar cada uma das cenas...

bjos,

Nayara de Oliveira - Naná disse...

É verdade Lí...as pessoas podem até ir, mas o que elas foram ficar eternamente. Mesmo que tenham partida apenas para outra cidade, ou rua. As lembranças sempre ficam.

BeijoOo

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